Num destes dias fui ao Porto para ajudar o meu irmão a trazer para baixo uma quantidade enorme de garrafas de vinho para as encomendas da empresa.
Mal sabia eu que ao final da tarde ia ouvir uma história hilariante sobre uma ida ao hipermercado e uma pergunta difícil num corredor inesperado.
Ir e voltar no mesmo dia é duro, sobretudo para quem há muitos e bons meses não fazia uma viagem de carro nem para ir a Cascais, quanto mais para fazer 630 km.
A Ana ficou cá em baixo com a Leonor.
Por volta das 17h00 foi buscá-la à escolinha e disse-lhe logo que tinham que ir às compras.
Ultimamente não tem tido grande vontade de ir às compras, talvez porque se desabituou por completo de o fazer neste último ano, mas como estava sozinha com a mãe, parece que até achou piada à ideia.
O medo de a “perder de vista” nas compras
Como qualquer mãe ou pai, também nós temos muuuuuuuito medo de a perder de vista nas compras.
E já aconteceu! Aquele pânicozinho de 5 segundos que pareceram 5 horas!
Credo!
Afinal de contas trata-se da nossa pedra preciosa, do tesouro mais valioso que temos na vida.
Estando a Ana sozinha com ela, o medo aumenta e a atenção triplica.
Assim, naturalmente, pediu-lhe 775 vezes para não sair de perto da mãe, para lhe dar a mão, para não largar a mamã e para não se afastar.
Importa lembrar que vamos às compras para comprar coisas de que precisamos em casa, não para passear o rabo pelos corredores, ou para andar ali a ver as vistas.
Por isso, temos de dividir a atenção entre aquilo que temos para comprar e os 23 mil pedidos e perguntas que eles nos fazem durante o processo.
Um corredor diferente de todos os outros
A Leonor ainda usa fralda-cueca durante a noite.
E foi isso mesmo que a Ana resolveu ir logo tratar (para não se esquecer!) antes de ir buscar pão, detergente, amaciador para a roupa, aquelas coisas “básicas”…
O que tornou o momento hilariante foi a coincidência de, no mesmo corredor das fraldas para as crianças viverem alegremente, os preservativos.
Enquanto a Ana se agachou para comparar preços e perceber se as fraldas estavam — ou não — em promoção, a Leonor pediu-lhe se afastar “um pouco” só para ver uma coisa.
“Estou mesmo aqui atrás de ti, mamã. Só quero ir aqui ver uma coisa.”
Mamã, isto é fogo de artifício?
A Ana deixou-a afastar-se 2 metros da sua asa e, quando olhou para trás, só teve tempo de pegar no telefone e registar o momento antes de se partir a rir — e de ter de responder à pergunta que ouviu e que está colada aqui em cima no subtítulo. “Mamã, isto é fogo de artifício?”

As perguntas das crianças são, muitas vezes, desconcertantes, e esta miúda não faz a coisa por menos.
Para o caso, o mais engraçado é que ela se concentrou precisamente na embalagem que, na parte da frente, tem a sugestiva imagem de uma chuva de foguetes — que procuram convencer quem por ali passa que aquilo até dá para ver estrelas.
A Ana só conseguiu responder: “É, sim, filha.”
Depois enviou-me a fotografia e eu, ainda a caminho de Lisboa, vejo aquilo e parto-me a rir.
Tirei o telefone do sítio e passei-o para que o meu irmão pudesse ver também. Foi a risada geral.
As nossas dicas para lidar com estas situações
- Reagir com naturalidade;
- Levar a coisa para a brincadeira e tentar não mentir ou falsear a realidade. Sempre! Eles são espertos que dói. (Podemos não dizer toda a verdade e, ao mesmo tempo, não estar a mentir);
- Se estiver em causa um assunto polémico ou “delicado” — como foi o caso — o ideal é sempre desviar o assunto para outro lado — neste caso concreto, a Ana pegou mesmo no fogo de artifício que era visível na caixa e disse: “Sim, filha. É.”;
E por aí, já tiveste de responder a alguma destas perguntas?
Temos a certeza que não somos caso único e que também tu, aí por casa, na rua, no supermercado, na praia, ou em qualquer outro sítio já tiveste de enfrentar a curiosidade inevitável dos pequenotes.
Connosco aconteceu ter de ser a mamã a lidar com uma pergunta difícil no hipermercado — mais concretamente no corredor mais inesperado. Queremos saber como foi desse lado.
Por isso, partilha connosco alguma dessas histórias, para que nos possamos rir em conjunto. Pode ser?
Podes fazê-lo nos comentários, no post que publicámos no Instagram, ou até mesmo por mensagem privada.
Ficamos à tua espera.
2 Comments
Marco André Silva Nascimento
A situação mais difícil que tive de explicar á Madalena foi o desaparecimento de um amigi meu que ela custumava ver e brincar quando ia para casa dos avós….ele faleceu na 2a circular num grave e aparatoso acidente de viação e ela perguntou por ele algumas dias depois quando foi a casa dos avóse não o encontrou como era habitual. A Olga teve o cuidado da melhor maneira que sabia de lhe explicar o que tinha acontecido e que ele seria agora uma estrelinha no céu e a reação da Madalena foi espetacular quando cheguei a casa e ela me contou/explicou o que tinha acontecido….
Já agora excelente texto o vosso, Parabéns.
Ana Mariano
As crianças conseguem mesmo surpreender-nos! ?